Paraibano de João Pessoa,
Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nasce em 12 de setembro de 1935.
Em 1951, aos 16 anos, sua família muda-se para o Rio de Janeiro, o que lhe proporciona uma aproximação com o mundo artístico. Usa o nome de Carlos Dias para a sua apresentação num concurso de cantores no programa de César de Alencar. Vandré é desclassificado. Em outro teste, realizado na Rádio Nacional, recebe a nota “medíocre”, dada por Paulo Tapajós.
Em 1951, aos 16 anos, sua família muda-se para o Rio de Janeiro, o que lhe proporciona uma aproximação com o mundo artístico. Usa o nome de Carlos Dias para a sua apresentação num concurso de cantores no programa de César de Alencar. Vandré é desclassificado. Em outro teste, realizado na Rádio Nacional, recebe a nota “medíocre”, dada por Paulo Tapajós.
Em
1955, ainda com o pseudônimo de Carlos Dias (em homenagem ao cantor Carlos José,
de quem era admirador) defende a canção Menina, de Carlos Lyra, em concurso
musical promovido pela TV Rio.
Ainda no Rio, cursa a
Faculdade de Direito na Universidade do Distrito Federal. Na UNE, participa do
Centro Popular de Cultura (CPC), onde estreita sua amizade com Carlos Lyra, seu
primeiro parceiro musical. Permanece, no entanto, por pouco tempo na UNE, por
considerá-la muito panfletária.
Seu
primeiro trabalho como cantor profissional acontece na Rádio Roquete Pinto em um
programa dirigido pelo folclorista Waldemar Henrique. Pela primeira vez é
remunerado como cantor.
A
convite de Carlos Lyra vai a São Paulo para participar de um espetáculo musical
no Teatro Record. Trata-se de um show de Bossa Nova do qual participaram Oscar e
Iko Castro Neves, Alaíde Costa, Baden Powell, Norma Bengel, Elza Soares, Juca
Chaves, Laizinha, Carlos Lyra, entre outros. O ano é 1960.
Muda seu nome para
Geraldo Vandré. A mudança é uma forma de homenagear o pai, que se chamava José
Vandregísilo de Araújo Dias.
Com
o destaque obtido no Teatro Record, Geraldo Vandré é contratado pela gravadora
RGE, pertencente a José Scatena, para gravar um disco 78 rpm. No lado A do disco
está a música Quem quiser encontrar o
amor, feita em parceria com Carlos Lyra, e no lado B está Sonho de amor e paz, de Baden Powell e
Vinícius de Moraes.
Com
Baden Powell, faz Rosa flor, música
feita especialmente para Geraldo Vandré colocar a letra. Depois, escreve também
Samba de mudar, Nosso amor, Fim de tristeza e Se a tristeza chegar.
É
contratado pela TV Tupi para participar de um programa produzido por Abelardo
Figueiredo, para a Norton Publicidade em São Paulo uma vez por mês. No final de
1961, muda-se, definitivamente, para São Paulo.
Em
1962, liberado do contrato com a RGE, faz dupla com Ana Lúcia e grava pela
Audio-Fidelity a canção Samba em
prelúdio, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. É sucesso em vendas e fica
nas paradas por mais de seis meses. A dupla faz tanto sucesso que a direção da
Audio-Fidelity propõe que os dois gravem um LP inteiro juntos. Vandré, porém,
recusa, mesmo sabendo que pode ter um ótimo retorno comercial. Buscava um novo
gênero para suas canções.
Com
o advento do golpe militar, Vandré e outros compositores que têm sua origem na
bossa nova, sentem cada vez mais a necessidade de fazer uma música mais
participativa, que retrate a realidade brasileira. É necessário conscientizar as
massas, dar consciência política ao povo.
Sem
parceiros em São
Paulo , Vandré faz sozinho
Canção nordestina e Fica mal com
Deus. As duas composições são gravadas no seu primeiro LP, lançado em 1964
pela Audio-Fidelity. Na mesma época, assina contrato de exclusividade com a TV
Tupi, onde participa de vários programas como o Móbile, apresentado por Fernando Faro, e
Almoço com as estrelas, de Airton e
Lolita Rodrigues. Participa também de vários programas em outras
emissoras.
Em
1965, pela Continental Discos, lança seu segundo LP, Hora de lutar. Nesse disco, inclui Asa branca, de Luis Gonzaga, considerada
por ele “um clássico da canção nordestina”, e Sonho de Carnaval, de Chico Buarque de
Holanda.
Ainda em 1965, a convite
do cineasta Roberto Santos, Vandré compõe a trilha sonora do filme A hora e a vez de Augusto Matraga, sua
primeira experiência com o cinema.
Em
1966, ganha o troféu Berimbau de Ouro ao vencer o II Festival Nacional de Música
Popular Brasileira da TV Excelsior, com a música Porta-estandarte. Trata-se de uma
marcha-rancho, composta com Fernando Lona e defendida na final do festival por
Airto Moreira, um dos mais competentes bateristas da noite paulista, e Tuca, uma
cantora paulista que participava freqüentemente do programa Primeira audição, da Rede Record.
Pela primeira vez Vandré
via seu talento ser reconhecido publicamente.
Ainda em junho de 1966, a gravadora Chantecler
lança um compacto com a gravação de Porta-estandarte, com Tuca e Geraldo
Vandré. Nesse mesmo ano, grava ainda outro compacto, dessa vez com Théo de
Barros e Heraldo do Monte.
Lança, pela Som Maior,
seu terceiro LP, Cinco anos de
canção. Cada
vez mais famos no ambiente dos festivais, em 1966, com sua música "Disparada",
interpretada por Jair Rodrigues, Vandré empata em primeiro lugar com "A Banda"
de Chico Buarque no no Festival da TV Record. No ano de 1968 "Caminhando (Pra
Não Dizer que Não Falei de Flores)" conquista o segundo lugar no festival da TV
Globo, apesar de ser favorita do público, perdendo para "Sabiá" (Chico Buarque/
Tom Jobim). Com a promulgação do AI-5 e o acirramento da ditadura, saiu do páis,
e morou no Chile, França, Argélia, Alemanha, Áustria, Grécia e Bulgária nos 4
anos que ficou fora do Brasil. Vandré tornou-se uma espécie de "mito" da
resistência à ditadura, por ter ficado sem fazer shows no Brasil desde 1968.
Apresentou-se no Paraguai em 1982 e 1985, rompendo mais de uma década de
silêncio. Mais tarde compôs "Fabiana" em homenagem à FAB (Força Aérea
Brasileira). Nos anos 90 foram lançadas coletâneas com obras
suas.
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