Conversa Inicial!

"Caneca da Liberdade " é um blog destinado a área de História e a todos aqueles que amam a liberdade e o livre pensar!
Simbolicamente procuro homenagear dois homens que procuraram liberdade politica e economica para o Brasil:
Frei Caneca
, revolucionário e também professor. Um homem que os próprios carrascos recusaram a executar;
Cipriano Barata, baiano, formado em medicina, jornalista, professor e revolucionário.

Um homem que lutou em várias revoltas contra Portugal e que ousou discursar contra o dominio português no Brasil nas Cortes de Lisboa.

Caneca de conhecimentos que podem levar a liberdade! Divirtam-se!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Marta Guarani

A Aldeia de Jaguapiru é mais uma das comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul que resistiu à ocupação de terras no centro-oeste brasileiro. Nesse pedaço do País às margens da rodovia MS 156, entre os municípios de Dourados e Itaporã, nasceu Marta Guarani, índia que ficou famosa por sua coragem na luta pelas causas indígenas e feministas.
Quando nasceu, em 29 de julho de 1942, Marta Silva Vito foi chamada de Kunha Gevy pelos seus conterrâneos. Na língua da tribo, a alcunha significa “nova mulher”, título comum às meninas nascidas na aldeia. A infância dura fez de Marta viver todas as dificuldades pelas quais passam os povos indígenas do País. Esses obstáculos serviram de combustível para torná-la uma mulher corajosa e obstinada. Depois de crescida, a causa indígena virou seu objetivo de vida e seu sobrenome. A nova mulher agora se chamava Marta Guarani, e por sua batalha sem fim, colecionava aliados e inimigos no Estado sul-mato-grossense.
 
Aos 28 anos, deixou a Aldeia de Jaguapiru depois de sofrer ameaças por denunciar a formação de uma milícia implantada na comunidade, mas permaneceu em Dourados, onde promoveu a união com os demais povos indígenas locais que lutavam contra o latifúndio. Daí nasceu a Associação Marçal de Souza, dos povos Kadiwéu, Guarani, Terena e Kaiowá com a missão de lutar pela preservação da cultura e pelos direitos dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul. A associação se articulou buscando alianças com outras organizações sociais do estado e, na década de 1970, Marta conquistou importantes feitos, como a instalação do Posto da Funai de Amambaí. Esta e outras conquistas lhe renderam respaldo entre os índios e a preocupação dos militares que a perseguiram por considerá-la uma ameaça ao regime.
 
Marta teve como auge de sua participação política um importante papel no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, no qual liderou a representação de mulheres indígenas de Mato Grosso do Sul na Conferência Nacional de Mulheres Brasileiras. Com o fim da ditadura, concorreu a cargos de vereadora e deputada sem conseguir se eleger. Suas iniciativas políticas, no entanto, deixaram um valioso legado para o seu povo.
 
Hoje, na região em que Marta nasceu, vivem cerca de 15 mil índios que, apoiados pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, escolhem suas lideranças, a cada quatro anos, em eleições diretas que reúnem todos os membros da comunidade com mais de 16 anos de idade. Eles escolhem representantes que têm a missão de defender a cultura e o acesso dos povos indígenas à saúde, educação e segurança, além dos direitos das mulheres indígenas.
 
Marta faleceu com problemas cardíacos aos 61 anos, no dia 6 de setembro de 2003. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e enterrado na Aldeia de Jaguapiru no dia 7 de setembro, dia dos excluídos, porém mais lembrado como dia da Independência do País que seu povo começou a construir.
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